O cenário político da Paraíba para as eleições de 2026 começa a se desenhar com movimentações estratégicas das principais lideranças estaduais. Nos últimos dias, uma reunião entre o senador Efraim Filho (União Brasil), o ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) e o deputado federal Ruy Carneiro (Podemos) reforçou o alinhamento das oposições em torno de um projeto comum, fortalecendo a tendência de que Efraim e Pedro caminhem juntos na disputa.
A movimentação ocorre em meio às dificuldades enfrentadas pelo prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), que, embora lidere as pesquisas atuais, encontra resistência entre parte significativa da oposição. O projeto de Cícero em disputar o governo do Estado contra o vice-governador Lucas Ribeiro (PSD) — nome natural da situação — aparece cada vez mais isolado.
Nos bastidores, nomes como o deputado federal Romero Rodrigues (Podemos) já declararam que Pedro Cunha Lima seria a melhor opção para encabeçar a chapa oposicionista. O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), tem demonstrado simpatia pela candidatura de Efraim Filho, enquanto a deputada estadual Camila Toscano (PSDB) defende a união dos dois líderes como caminho mais sólido para a oposição.
O isolamento de Cícero se acentua ainda mais diante do desconforto do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), único a se manifestar abertamente em favor de seu nome, mas que resiste à possibilidade de compor uma chapa ao lado de Pedro ou Efraim, que contam com apoio de parte expressiva do grupo bolsonarista no Estado.
Analistas apontam que a força de Cícero nas pesquisas pode não se sustentar se ele não conseguir atrair o mesmo grupo político que foi decisivo para sua vitória em João Pessoa em 2020. Sem essa base consolidada, sua candidatura corre o risco de perder competitividade à medida que a união entre Pedro e Efraim se fortalece e apresenta-se como alternativa viável de oposição ao governo.
Com os movimentos recentes, a tendência é de que as eleições de 2026 na Paraíba caminhem para uma disputa polarizada: de um lado, Lucas Ribeiro, sustentado pela base governista; de outro, um bloco oposicionista que pode ser liderado por Pedro Cunha Lima e Efraim Filho. O desfecho dependerá da capacidade de costura política nos próximos meses e da definição sobre o espaço que restará a Cícero Lucena no tabuleiro.
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